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2 de dezembro de 2015

Tecnologia Aeroespacial e Poderes Sônico-Psíquicos: Uma Comparação entre a Literatura Védica e os Estudos Atuais


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FONTE: http://voltaaosupremo.com/artigos/artigos/tecnologia-aeroespacial-e-poderes-sonico-psiquicos-uma-comparacao-entre-a-literatura-vedica-e-os-estudos-atuais/


Por Devamrita Swami

Descrições na literatura védica de naves com poderes extraordinários e armas bélicas ativadas por som ou com efeito diretamente sobre a mente muitas vezes relegam as obras da Índia antiga ao status de “mitologia”. Contudo, e se as descrições ufológicas modernas, bem como os desenvolvimentos de armas psíquicas na guerra fria, forem consistentes com as narrativas védicas? Isso poderia começar a promover as escrituras atribuídas a Vyasadeva à posição de descrições literais entre os estudiosos mais céticos da atualidade?

Gostemos ou não, os tratados cosmológicos védicos estão cheios de referências a máquinas voadoras e armas de grande poderio. Não há como ignorar fatos claros. Porém, a maior parte dos indólogos de maior destaque fez exatamente isto: ignoraram. Como você negligencia ou trivializa essas inúmeras descrições? É impossível escapar delas, a menos que você já tenha sido previamente programado para rejeitá-las. Você tem que descartá-las, pois a academia mainstream não considerará que humanos na antiguidade remota pudessem ser avançados – para não dizer peritos – em uma tecnologia muito mais sutil do que as tecnologias grosseiras das quais nos orgulhamos hoje. Lembremo-nos: até mesmo um conceito tão simples como vida inteligente em outros planetas arregala olhos no meio acadêmico.
A tecnologia védica não lembra nosso mundo de porcas e parafusos, ou mesmo nossos microchips. Temos que rotular a tecnologia védica de “tecnologia de base psíquica”. O poder místico, especialmente manifesto como vibração sônica, tem um papel de destaque. O som correto vibrado como mantra pode disparar armas terríveis, matar diretamente, invocar seres de outros reinos ou até mesmo criar aeronaves exóticas.


Vimana Aéreo
Aeroplanos na literatura védica são referidos, em geral, como vimanas, especialmente no Mahabharata, no Bhagavata Purana e no Ramayana. Ademais, nos textos védicos, diferentes raças do universo pilotam esses veículos. Vários seres em variados planetas têm seu tipo específico de aeroplano. A perspectiva védica é que, em planetas grosseiros, como a Terra, os aeroplanos são máquinas grosseiras; em planetas sutis, onde prevalecem civilizações mais refinadas, os aeroplanos são sutilmente energizados por mantras.
Ousaríamos admitir que os povos védicos da antiguidade tinham a aeronáutica como uma parte ordinária da vida? Para alguém de mente aberta, as muitas referências pareceriam justificar essa conclusão. Contudo, mesmo pensadores de vanguarda entram em turbulência quando se dão conta de que os padrões de voo dos Vedas, diferentemente dos atuais, não eram apenas terrestres. Aparentemente, na perdida cultura védica, viagens interplanetárias eram normais.
Os vimanas descritos nos Vedas são, em geral, de quatro tipos: (1) Aeroplanos individuais ou para dois passageiros, (2) aeroplanos imensos para prazerosas viagens interplanetárias, (3) aeroplanos imensos para fins bélicos, (4) cidades voadoras autossuficientes (“estações espaciais”) para permanência indefinida no espaço.
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Alguns vimanas, como o vimana dos demoníacos kalakeyas, são descritos como cidades espaciais.
O terceiro canto do Bhagavata Purana apresenta um longo relato das aventuras aeronáuticas do yogi Kardama Muni. Com seu poder místico, produziu um vimana que era uma mansão aérea e levou sua esposa, Devahuti, em uma prazerosa excursão pelo universo. Seu aeroplano era, para todos os fins, um palácio voador, repleto de toda sorte de luxos.
Ele viajou dessa maneira pelos vários planetas, assim como o ar passa livremente por toda direção. Viajando pelo ar naquela mansão aérea grandiosa e esplêndida, que voava segundo a vontade dele, Kardama Muni superou até mesmo os semideuses. Os semideuses são considerados o padrão de luxo e proeza na aviação cósmica. Kardama Muni, não obstante terrestre, havia superado os devas na especialidade deles. Junto de sua esposa, visitou todos os locais favoritos dos devas para férias. (Srimad-Bhagavatam 3.23.41)
Casamentos e sacrifícios védicos eram eventos populares para as viagens interplanetárias dos devas. O Mahabharata, por exemplo, descreve uma festa de casamento onde não menos do que seis espécies de seres cósmicos chegaram por meio de veículos celestes. O quarto canto do Bhagavata Purana descreve a difícil situação marital da devi Sati, esposa de Shiva. O pai de Sati estava organizando uma cerimônia sacrificial védica a acontecer na Terra. Sabendo que também seria uma maravilhosa reunião de família, Sati queria comparecer. O problema era que seu pai havia ofendido seu esposo, Shiva, que também é conhecido como Mahadeva, “o grande deva”. Shiva, em razão de ter sido ofendido, não compartilhava do desejo de sua esposa de ir.
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Shiva argumenta com Sati porque ela não deve ir à festa de seu pai.
Lamuriosa, Sati via que o céu sobre seu planeta estava com intenso tráfego aéreo, com devas vindo de todas as partes do cosmos. Ela sabia que todos estavam rumando à Terra para comparecer à cerimônia sacrificial de seu pai. Conforme os casais de devas voavam por sobre ela em seus vimanas, Sati era capaz até mesmo de ouvir as empolgadas conversas que tinham sobre o evento de gala.[1]
O épico védico Ramayana fornece detalhes de uma majestosa mansão aérea que um terrorista com poderes cósmicos sequestrara dos devas. A imensa embarcação voava de acordo com os comandos telepáticos do mestre e era tripulada por seres de olhos redondos e fundos. Observada sobrevoando uma capital, não mais levava devas celestiais em seus prazerosos passeios. Agora, transportava as tropas de uma raça medonha e antropófaga.
[Hanuman] viu, no meio daquele bairro residencial, a grande mansão aérea chamada pushpaka-vimana, a qual estava decorada com pérolas e diamantes e que tinha janelas artisticamente construídas de ouro refinado.
Ninguém podia determinar seu poder ou destruí-lo. Estava parado na atmosfera sem suporte. Tinha a capacidade de ir a qualquer lugar. Permanecia no céu como um marco no caminho do Sol.
Foi o resultado final do grande poder obtido por austeridades. Era capaz de voar em qualquer direção que a pessoa desejasse. Tinha câmaras de notável beleza. Conhecendo as intenções do mestre, podia ir a qualquer lugar em alta velocidade.48
Tanto no Mahabharata quanto no Bhagavata Purana, temos um relato de uma imensa aeronave militar pertencente a uma entidade hostil chamada Shalva. Os paralelos com os relatos ufológicos modernos são inescapáveis. Aqui está um resumo da versão védica:
Era uma máquina enorme, quase como uma grande cidade, e podia voar tão alto e a uma velocidade igualmente tão alta que era quase impossível de ver, o que tornava impossível atacá-la. Parecia estar quase coberta por escuridão, apesar do que o piloto podia guiá-la para todo e qualquer lugar. Tendo obtido tão magnífico aeroplano, Shalva pilotou-o até a cidade de Dvaraka, pois seu principal objetivo em obter o aeroplano era atacar a cidade dos Yadus, contra os quais nutria um constante sentimento de animosidade.
O aeroplano ocupado por Shalva era muito misterioso. Era tão extraordinário que ora parecia haver muitos aeroplanos no céu, ora parecia não haver nenhum. Ora o aeroplano era visível, ora invisível, e os guerreiros da dinastia Yadu se desorientavam quanto ao paradeiro do aeroplano peculiar. Algumas vezes, viam o aeroplano no solo; outras vezes, voando no céu; outras vezes, viam-no aterrissado no pico de uma colina; outras vezes ainda, estava flutuando sobre as águas. O embasbacante aeroplano voava no céu como um tição a girar – não parava fixo nem mesmo por um momento.49
Páginas e mais páginas de relatos ufológicos modernos apresentam as mesmas características: luminescência radiante, movimentos que contradizem a lógica, bem como repentinos aparecimentos e desaparecimentos. Além disso, relatos de óvnis modernos frequentemente incluem descrições dos mesmos pairando sobre a água ou sobre a terra, após o que sobem abruptamente ao céu. Dr. Richard Thompson, além de suas investigações astronômicas védicas, publicou um estudo meticuloso comparando a aeronáutica védica com incidentes modernos de ufologia. De modo a ilustrar os misteriosos paralelos com as descrições védicas do veículo de Shalva, ele cita um óvni observado pela Força Aérea dos EUA em 17 de julho de 1957:
Um RB-47 da Força Aérea, equipado com mecanismos de defesa eletrônicos e conduzido por seis oficiais, foi seguido por um objeto não identificado por uma distância de bem mais de 1100 quilômetros por um período de tempo de 1,5 horas conforme voava de Mississippi, via Louisiana e Texas, até Oklahoma. O objeto, em vários momentos, foi visto visualmente pela tripulação da cabine como uma luz intensamente luminosa, e visto visualmente pelo radar no solo e detectado pelo sistema de monitoramento de defesa a bordo do RB-47. De especial interesse nesse caso é que há muitas vezes simultâneos aparecimentos e desaparecimentos em todos esses três “canais” fisicamente distintos, bem como rapidez de manobras além da experiência prévia da tripulação aérea.50
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O óvni avistado pela tripulação de um RB-47 em 1957 é um de muitos casos famosos de avistamento.
No fascinante livro Alien Identities, Thompson parafraseia mais detalhes do relatório da Força Aérea para que possamos assimilar completamente a semelhança com o relato védico:
Um dos aparentes desaparecimentos do objeto ocorreu quando o RB-47 estava prestes a voar sobre ele. O piloto apontou que o óvni pareceu visualmente sumir em um piscar e, simultaneamente, desapareceu do escopo do monitor #2 com o sistema de defesa. Ao mesmo tempo, desapareceu da central da força área em Utah. Momentos mais tarde, o objeto apareceu visualmente junto de um piscar mais uma vez e, simultaneamente, apareceu no monitor do sistema de defesa e do radar em terra. Os observadores no RB-47 também notaram que o óvni algumas vezes gerava dois sinais com diferentes posições em seu equipamento de monitoração eletrônica. Embora não saibamos o que o óvni estava fazendo, isso é reminiscente da declaração de que o vimana de Shalva algumas vezes parecia ter múltiplas formas.51
Thompson, apesar de seu pedigree da Ivy League, é tido pela academia como um pesquisador não-mainstream. Os projetos não-convencionais a que ele se dedica ainda não são projetos pelos quais o professor universitário médio arriscaria sua carreira. Malgrado isso, mesmo o venerado sanscritólogo J. A. B. Van Buitenen também viu paralelos relevantes no relato de Shalva. Renomado na academia por sua notória tradução do Mahabharata, Van Buitenen comenta sobre Krishna colocar fim no aeroplano de Shalva e em seus tripulantes por fim:
Aqui temos o relato de um herói que tomou esses astronautas visitantes pelo que eles eram: invasores e inimigos. A cidade aérea não é nada além de um acampamento militar – indubitavelmente uma nave espacial. O nome dos demônios também é revelador: eram Nivatakavachas, “vestidos com armaduras à prova de ar”, o que dificilmente poderia ser algo diferente de vestes espaciais.52
O Mahabharata também nos desafia com descrições de cidades autossuficientes estacionadas no espaço exterior. Sem depender de nenhum outro planeta ou localidade física para se suportar, essas estações espaciais, como poderíamos chamá-las, cruzavam o espaço indefinidamente. Arjuna, o herói do Mahabharata, atacou uma estação espacial chamada Hiranyapura, povoada pelos perigosos seres da raça maléfica daitya.
Os daityas facilmente sustentavam sua cidade celeste, divinamente refulgente e transportada pelo ar, a qual se movia através do desejo. Ia para o subsolo, então pairava alto no céu, movia-se em diagonal com velocidade ou submergia no oceano. Ataquei a cidade móvel com muitos tipos de projéteis.[2]
Fugindo dos ataques de Arjuna, a cidade espacial abandonou sua posição no espaço exterior e refugiou-se na Terra. Lembrando o comportamento relatado dos óvnis modernos, a cidade voadora sitiada tentou escapar indo para baixo d’água. Também disparou para o subsolo. Um número considerável de testemunhas modernas diz ter visto óvnis entrarem ou deixarem corpos d’água. Alguns relatos indicam que os aeroplanos e discos voadores modernos têm bases na Terra no subsolo ou são submarinas.
Arjuna foi capaz de seguir a estação espacial daitya por onde quer que ela tentasse escapar na Terra. Então, quando a cidade decolou novamente para o espaço exterior, ele a destruiu. Quando destroços e corpos caíram na Terra, o Mahabharata descreve que Arjuna desceu a fim de certificar-se de que não havia nenhum sobrevivente em meio aos destroços.
Armamento e Guerra Mântricos
Abundam nas histórias védicas ações militares em que guerreiros usam arcos e fechas. De acordo com a informação que os textos nos revelam, esses arcos e flechas causavam uma destruição inimaginável por parte de arqueiros medievais. Recorrendo não apenas a espadas, lanças e flechas convencionais, os guerreiros védicos, quando necessário, muniam suas flechas com mantras – vibrações sonoras precisas. O arco era um recurso para lançamento. As flechas no arsenal sônico do guerreiro podiam infligir problemas como calor extremo, frio congelante, tempestades de fogo, problemas de água, raios, chuvas de pedra e furacões severos. Além de manipular os efeitos da natureza, as flechas dos guerreiros védicos também podiam afetar a mente dos oponentes. Podiam produzir ilusões psíquicas para aterrorizar seus opositores, e as flechas podiam fazer seus inimigos adormecerem profundamente. Para cada uma dessas armas de ataque, existia uma arma neutralizadora. Portanto, nas descrições védicas de batalhas, fantásticas saraivadas de flechas de ataque e de suas contraflechas enchiam os ares.
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Recorrendo não apenas a espadas, lanças e flechas convencionais, os guerreiros védicos, quando necessário, muniam suas flechas com mantras.
Alguns armamentos eram ativados por som. Alguns até mesmo geravam cargas localizadas similares a cargas nucleares, as quais buscavam e matavam apenas pessoas predesignadas. Uma seção do Mahabharata narra vividamente a competência védica para lidar com destruições similares àquelas de armas nucleares. Ao fim da grande Guerra de Kurukshetra, poucos guerreiros sobreviveram de ambos os lados. Sem esperanças de vitória, um dos generais no lado a perder lançou, em desespero, “a última arma”. Esse terrível armamento quase nunca era ativado, independente de quão desanimadoras se revelassem as circunstâncias. O general sendo dominado tocou um pouco de água para se purificar ritualisticamente e entoou os mantras apropriados. O procedimento sônico lhe permitiu disparar uma espécie de explosão nuclear localizada conhecida como brahmastra. Ela perseguiria e destruiria os generais restantes que se opunham a ele.
O Mahabharata descreve que, embora a brahmastra matasse somente os alvos predesignados, o calor extremo gerado perturbava todos os planetas do universo e queimava seus habitantes. O guerreiro mais poderoso do lado a vencer se viu sem escolhas. Seu inimigo, embora praticamente já derrotado, lançara mão dessa arma horrenda. Por conseguinte, o general do outro lado teve que neutralizar a brahmastra do inimigo lançando sua própria brahmastra. Depois de tocar água a fim de se purificar, ele, apesar de relutante, entoou os hinos védicos, raramente usados, para invocar uma brahmastra. Seu propósito era neutralizar a explosão disparada pelo oponente antiético, que queria desencadear tanta destruição quanto possível devido a estar perdendo.
Os seres humanos modernos descobriram a bomba atômica, mas não descobriram uma contra-arma que possa neutralizar uma explosão atômica. A literatura védica descreve uma ciência sutil que não apenas pode gerar explosões similares a explosões nucleares como também neutralizá-las. Enquanto nossas armas nucleares exigem um processo industrial elaborado, envolvendo substâncias perigosas, as brahmastras védicas precisavam apenas de água e sons mântricos.
O Mahabharata, se acreditamos nele, estabelece firmemente que o cantar dos hinos védicos pode produzir uma arma muito mais sutil do que os nossos armamentos militares grosseiros. As histórias védicas dizem que o som correto ativava uma bomba feita de elementos sutis da matéria, além dos elementos grosseiros que os cientistas modernos exploram. O instrutor védico contemporâneo A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada fornece estas informações de base para os relatos védicos antigos:
A brahmastra é semelhante às armas nucleares modernas que são manipuladas por energia atômica. A energia atômica opera integralmente sobre total combustibilidade, e a brahmastra também age assim. Ela cria um calor intolerável, semelhante ao da radiação atômica, mas a diferença é que a bomba atômica é um tipo grosseiro de arma nuclear, enquanto a brahmastra é um tipo sutil de arma, produzida pelo cantar de hinos. Trata-se de uma ciência diferente, e, nos tempos antigos, tal ciência era cultivada na terra de Bharata-varsha [Índia]. A ciência sutil do cantar de hinos também é material, mas ainda é desconhecida pelos cientistas modernos e materialistas. A ciência material sutil não é espiritual, mas tem relação direta com o método espiritual, que é ainda mais sutil. O entoador de hinos sabia como aplicar a arma, bem como retraí-la. Isso era conhecimento perfeito. Todavia, o filho de Dronacharya [o general que estava sendo derrotado], que fez uso desta ciência sutil, não sabia como recolher a arma. Ele a lançou por estar temeroso de sua morte iminente, e assim a prática foi não somente imprópria, mas irreligiosa também.
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A brahmastra é semelhante às armas nucleares modernas que são manipuladas por energia atômica.
Quando as duas bolas de fogo das duas “últimas armas” fundiram-se, um estrondo se fez ouvir, meteoros caíram e o solo tremeu. A neutralização mútua estava acontecendo. Porém, o Mahabharata descreve que nem tudo fica bem quando duas brahmastras se cancelam com suas energias sutis. Severas consequências afligem o ambiente. Como resultado do lançamento original ter sido malogrado, completa seca afligiu a região ao longo dos próximos doze anos.
No último minuto em que isso ainda era possível, enquanto as bolas de fogo combinadas aproximavam-se do ápice de sua intensidade, os sábios soberanos, Narada e Vyasa, entraram no campo de batalha. Agindo rapidamente para impedir o iminente caos ecológico, os sábios ordenaram que os combatentes retraíssem de modo voluntário suas armas de destruição derradeira. Recolher uma brahmastra, no entanto, exige uma pureza de consciência incomum combinada com perícia militar igualmente excepcional.
Ao ouvir o comando dos sábios, o general que ganhava recolheu de imediato a parte que lhe dizia respeito. Diferente daquela do guerreiro que perdia, sua arma última fora disparada apenas para neutralizar o perigo, e não para matar seu oponente. Sem preocupar-se com sua segurança pessoal, o virtuoso general aquiesceu, de modo a salvar o meio ambiente. O perdedor, em contraste, carecia da consciência necessária para controlar sua explosão. Ele admitiu envergonhadamente aos sábios que, uma vez lançada, sua arma não era revogável. Em outras palavras, era incompetente e agira de forma impulsiva.
Agora sem oposição, a arma do vilão ainda estava solta. Fixa em seu alvo, estava pronta para abater os generais do lado piedoso. Como esses líderes virtuosos foram salvos sem prejudicar a natureza, como a última arma do general ignóbil foi frustrada e como o guerreiro vil foi punido – tudo isso forma um empolgante capítulo de história militar na seção Shauptika-parva do Mahabharata.
Ilusões místicas também eram invocadas como armas como uma última opção. Seu efeito, todavia, estava “inteiramente na mente”. Deste modo, a destruição em massa de pessoas e do meio ambiente era evitada. No quarto canto do Bhagavata Purana, há o longo relato do rei Dhruva Maharaja. Ele viajou para o norte, para a região tibetana, a fim de batalhar contra sujeitos conhecidos como yakshas. Embora o excedessem numericamente, Dhruva derrotou-os tão formidavelmente que até mesmo eles, seus oponentes no verdadeiro espírito marcial védico, glorificaram suas habilidades. Os yakshas levantaram um contra-ataque, mas, desta vez, Dhruva arrasou-os tão violentamente que os guerreiros ainda vivos fugiram do campo de batalha, o que é repreensível de acordo com o código marcial védico. Pensando em saborear sua vitória, Dhruva desejou ver a cidade capital de seus inimigos derrotados. Ele, então, repensou:
Dhruva Maharaja, o melhor dos seres humanos, observou que, naquele grande campo de batalha, nem mesmo um dos soldados que se lhe opuseram estava de pé e devidamente armado. Ele, então, desejou ver a cidade de Alakapuri, mas pensou consigo: “Ninguém sabe os planos dos yakshas místicos”.
No ínterim em que Dhruva Maharaja, receando seus inimigos místicos, conversava com seu quadrigário, ouviram um som formidável, como se todo o oceano estivesse ali, e viram que, do céu, uma grande tempestade de poeira estava vindo de todas as direções ao seu encontro.
Dentro de um instante, todo o céu estava tomado por nuvens densas, e trovões poderosos se faziam ouvir. Havia raios elétricos radiantes e severa tempestade.
Na tempestade que caía, havia sangue, muco, pus, fezes, urina e medula, tudo caindo intensamente diante de Dhruva Maharaja. Troncos de corpos também caíam do céu.
Em seguida, uma grande montanha tornou-se visível no céu, e, de todas as direções, caiu granizo, bem como lanças, maças, espadas, clavas de ferro e grandes rochedos.
Dhruva Maharaja também viu muitas grandes serpentes com olhos famintos e a vomitarem fogo. As cobras vinham em sua direção desejosas de devorá-lo, junto de grupos de elefantes loucos, leões e tigres.
Então, como se fosse chegado o momento da dissolução do mundo inteiro, o mar revolto, com ondas espumantes e sons rugientes, chegou até ele.
Os demônios yakshas são, por natureza, muito medonhos e, por seu poder demoníaco de ilusão, podem criar muitos fenômenos estranhos de maneira a assustar alguém de inteligência inferior.[3]
O Bhagavata Purana descreve, então, que, conforme as ilusões projetadas tomavam o céu e a terra em torno de Dhruva, ele começou a sucumbir. Muito embora ele houvesse corretamente antecipado um ataque paranormal por parte dos yakshas quase derrotados, a colossal exibição de guerra psíquica parecia tão real e aterradora que sua determinação mental e determinação para a luta enfraqueceram. Como um monarca espiritual exemplar, porém, Dhruva confiou no conselho e no apoio de grandes sábios, de grandes transcendentalistas. De imediato, eles se reuniram para levar encorajamento espiritual e aconselhamento para o heroico chefe de estado. Os santos incitaram-no a se lembrar de vibrações sonoras transcendentais. Dhruva tinha que entoar mantras com o nome de Bhagavan, o Supremo, pois esse som tem toda a potência da Pessoa Infinita a que o mesmo se refere.
Com sua consciência espiritual restabelecida, Dhruva se valeu de uma arma transcendental muito superior aos armamentos físicos e psíquicos dos yakshas. Dotando de poder sônico uma de suas flechas, Dhruva a disparou com seu arco. A flecha especial dissipou prontamente a atmosfera ilusória projetada pelos yakshas. Simultaneamente, a partir dessa única flecha, emanou uma torrente de múltiplas flechas. Com um som sibilante deveras intenso, essas setas entraram nos corpos do inimigo “assim como pavões entram em uma floresta gritando tumultuosamente”. Nesse momento, a batalha teve fim.
Guerra Paranormal Moderna: O Novo Campo de Batalha da Mente
Céticos talvez considerem as apresentações védicas de guerra psíquica e sônica algo forçoso até que ouçam um pouco do que nossos superpoderes já são capazes. Anteriormente, a maior parte dos relatos vinha da antiga União Soviética, por causa de seu colapso. Recentemente, entretanto, abundam na internet documentos a revelarem que, durante a Guerra Fria, tanto a URSS quanto os EUA estavam em uma corrida para desenvolver armas eletromagnéticas capazes de mudar o tempo e o comportamento humano.
Depois da queda da Cortina de Ferro, um ex-major-general da KGB, Oleg Kalugin, encarregado da contra-inteligência estrangeira, foi a um canal televisivo de âmbito nacional nos Estados Unidos para expor o que sabia. Em um documentário de 1992 na rede ABC, revelou que Yuri Andropov – cabeça da KGB de 1967 a 1982 e, mais tarde, premier da URSS – havia dado ordens pessoais exigindo que acelerassem toda pesquisa referente a armamento psíquico e eletromagnético. Sua diretriz, Kalugin disse, também incitava os cientistas a abandonarem sentimentos melindrosos em relação a ferir ou matar cobaias: o fim justificava os meios. A esperança era produzir novas formas de armas letais que pegassem desprevenidos os capitalistas ocidentais, que se consideravam escrupulosos. Esses recursos exóticos de guerra, não restringidos por nenhum acordo militar, pesaria um lado da balança do poder da Guerra Fria. A Comissão Militar Industrial e a KGB deram fundos estimados em 500 milhões de rublos.[4]
O ex-major-general da KGB declarou que os cientistas soviéticos haviam desenvolvido, sim, inventos que podiam capturar, armazenar e liberar energia eletromagnética. O biólogo Edward Naumov, um dos principais proponentes da pesquisa paranormal russa, explicou: “Um gerador psíquico pode influenciar um indivíduo ou toda uma multidão de pessoas. Pode afetar a psique de uma pessoa mental e emocionalmente. Pode afetar a memória e o poder de concentração. Uma máquina psicotrônica pode causar fadiga física, desorientação e alterar o comportamento de uma pessoa”.[5] Paranoia, depressão, insônia e pensamentos suicidas eram outras produções mentais projetadas por esses dispositivos. Naumov, um crítico da pesquisa de controle mental soviética, serviu por um ano em um campo de trabalhos forçados. Então, com o fim do regime comunista, excursionou pelos EUA e pelo Canadá, alertando acerca do que sabia.
Voltando a 1976, um agente da KGB, Dr. Nikolai Khokhov, entrou no serviço da CIA com o objetivo específico de investigar as pesquisas psíquicas soviéticas. Documentou vinte laboratórios ultrassecretos organizados por centenas dos melhores cientistas. Faziam experimentos que tentavam parar o coração de animais telepaticamente. Tendo por cobaias prisioneiros com sentença de morte, os cientistas se valiam de psicocinese para paralisar seções de sua medula espinhal. Coelhos recém-nascidos eram separados de suas mães, eletrocutados, e, em seguida, as sutis “ondas cerebrais” das mães eram mapeadas. Tudo isso levou os soviéticos à conclusão de que os cérebros humanos são máquinas para receber e transmitir.[6] A próxima fase de pesquisa seria como programar essas máquinas humanas com o comportamento desejado.
Uma descoberta psíquica particularmente perturbadora foi a transmissão sutil de doenças: “ondas doentes”. Em 1974, um cientista soviético, A. P. Dubrov, descobriu que uma radiação especial das células vivas envia informações de um grupo de células a outro, inclusive à distância. Tecidos doentes transmitem mensagens doentes, as quais células saudáveis podem receber, mesmo caso estejam distantes. No fim da década de 1970, cientistas frios revelaram que os soviéticos haviam sido bem-sucedidos em transmitir doenças à distância a criaturas como moscas e sapos. O Exército Americano tomou conhecimento. O tenente-coronel John Alexander, na Military Review de dezembro de 1980, revelou como o pesquisador russo V. P. Kaznachayev infectou embriões de pintinhos com vírus tóxicos radiodifundidos como radiações especiais de tecidos doentes. O que viria em seguida? “Ondas de vírus” transmitidas aos humanos à distância?
O artigo de Alexander, apropriadamente intitulado “O Novo Campo de Batalha da Mente”, discursava sobre armas em desenvolvimento para controle de soldados inimigos e civis rebeldes. “Psicotrônicos podem ser descritos como a interação da mente com a matéria. A possibilidade de emprego como armamento foi explorada. Para ser mais específico, há sistemas de armas que operam no poder da mente e cuja capacidade letal já foi demonstrada”.[7] Certamente, os militares norte-americanos, apesar de sua autoimagem humana, não estavam fora da pesquisa nefasta. Acompanhando o ritmo dos inimigos soviéticos, algumas agências clandestinas tinham a mesma agenda. No livro The CIA and the Cult of Intelligence, o coautor e ex-agente da CIA John Marks revelou que controle mental e amnésia estavam entre as principais metas secretas. Em um programa conhecido como MK-Ultra, a CIA patrocinou ou conduziu diretamente experimentos de controle mental em 180 prisões e hospitais psiquiátricos. Os humanos, sem desconfiarem de nada, recebiam doses de LSD e outras drogas e passavam por lavagem cerebral, desconfiguração do processo de pensamento, privação sensorial, radiação e outras análises laboratoriais bizarras. Os cientistas da CIA foram bem-sucedidos no que seu jargão oficial chamou de “Controle Rádio-Hipnótico Intracerebral” e “Dissolução Eletrônica de Memória”. Isto é, recai sobre eles a descoberta de como apagar os discos rígidos humanos e instalar novos programas. Ao esvaziarem a memória de alguém, inseriam uma personalidade múltipla e controlavam as ações da pessoa mediante sons específicos. O senado estadunidense conduziu uma investigação da controvérsia. Independente de o quanto o Senado foi de fato autorizado a ver, ele, em 1976, ordenou a descontinuação dessa pesquisa.[8]
Céticos agora estão livres para examinar documentos como o recém-dessegredado memorando da CIA “MKULTRA Subproject No. 83”. Escrito em 18 de abril de 1958 por Dr. Sidney Gottlieb, chefe da Divisão Química da Equipe de Serviços Técnicos da CIA, o oficial diretor examinou o suporte da CIA a pesquisas de áreas “controversas e incompreendidas” da psicologia, como poderes psíquicos, percepção subliminar, hipnose, drogas da verdade e persuasão subliminar. No fim do século XX, a mente emergira por completo no campo de batalha. Referências à tecnologia de combate mental já haviam deixado de ser raras. Por exemplo, em 1994, o US Army War College lançou o estudo “The Revolution in Military Affairs and Conflict Short of War”. Os autores afirmam: “Modificação de comportamento é um componente-chave da imposição e manutenção da paz”. Ao explicar que “a vantagem dos sistemas diretos de energia é a possibilidade da negação”, os autores perguntam: “Contra quem utilizaríamos essa negação?”. Eles respondem sua própria pergunta: “o povo americano”. A natureza da guerra mental permite aos militares facilmente esconderem dos cidadãos o uso da mesma.
Discretamente apresentado como uma projeção para o ano 2010, o estudo fala de “modelagem da percepção” e “tecnologias psíquicas avançadas” para erradicar os protestos públicos. De maneira tipicamente militar, os autores identificaram o principal obstáculo às suas táticas: “A ética americana tradicional [é] um grande estorvo”, em razão do que “noções antiquadas de privacidade pessoal e soberania nacional [devem ser] mudadas”.
No novo mundo do controle mental, desordeiros não teriam para onde fugir. O estudo do exército defende que fossem “identificados pelo uso de amplos bancos de dados integrados”. Em seguida, seriam “categorizados”, após o que se aplicariam “sofisticadas simulações computadorizadas de personalidade” para “desenvolver, adaptar e focar campanhas psicológicas específicas para cada um”.61
Lembremo-nos de que, nos relatos védicos de guerra, modificações localizadas do tempo exerciam um papel proeminente. Embora talvez escolhamos ter as armas climáticas védicas como pura mitologia, tanto os EUA quanto a Rússia são conhecidos por desenvolverem armamentos para alterar eletromagneticamente o ambiente. Porém, como no caso dos armamentos nucleares, os segredos mortais agora parecem ter caído nas mãos de “regimes ladrões”. O secretário de defesa dos Estados Unidos, Cohen, expressou publicamente os temores do governo em relação a ecoterroristas terem armas eletromagnéticas escalares: “Outros [terroristas] estão ocupados até mesmo em um terrorismo ecológico, através do qual podem alterar o clima e dar início a terremotos e erupções vulcânicas à distância mediante o uso de ondas eletromagnéticas. Assim, há grande profusão de mentes inventivas pelo mundo afora trabalhando de modo a encontrar maneiras pelas quais possam aterrorizar outras nações. Isso é real, e essa é a razão para termos que intensificar nossos esforços [contra o terrorismo]”.[9]
Vimos que os textos védicos descrevem claramente civilizações versadas em guerras no espaço. Hoje, as nações mais ricas também estão considerando as vantagens dos armamentos espaciais. Uma Força Aérea americana apresentou um estudo, “Força Aérea 2025”, lançado por sua Air University. O texto expande os atuais objetivos e ansiedades militares para fora da Terra, para o espaço orbital em torno de nosso planeta:
Superioridade espacial, assim como a superioridade aérea na atualidade, será uma competência de importância vital no ano de 2025. A segurança nacional estadunidense já está fortemente alavancada no espaço – uma tendência que crescerá no futuro. De igual modo, outros países e interesses comerciais continuarão a buscar o valioso “terreno alto” do espaço. Onde interesses espaciais conflitem, pode ser que hostilidades logo se sucedam. Proteger o uso do espaço e controlar, quando preciso, sua vantagem é a essência da força espacial.[10]
Assim como a tecnologia para armas nucleares e guerra eletromagnética não é mais propriedade exclusiva das nações mais poderosas, o texto prevê, pelo menos até 2025, que as poucas nações ricas e corporações transnacionais que agora exploram o espaço perderão seu monopólio. Por conseguinte, o estudo da Força Aérea pede o desenvolvimento de combate espacial tripulado e não-tripulado para defender satélites, estações espaciais e naves amigas contra ataques de nações hostis e terroristas de alta tecnologia.
Quer cidadãos de democracias, quer de regimes totalitários, as pessoas há muito se acostumaram a ser pobremente informadas em relação a que pesquisas militares seus governos estão de fato conduzindo. Ansiosos delatores estão particularmente preocupados com alterações mentais eletromagnéticas em grande escala. Quanto as técnicas de guerra paranormais de fato progrediram? Quanto do exposto é impreciso e quanto é, na verdade, uma exposição incompleta? Teremos que aguardar até o próximo grande conflito para experienciar quaisquer armamentos avançados que os maiores poderes agora mantêm em segredo. Enquanto isso, podemos estudar a literatura védica para aprender como os sábios védicos refrearam os extraordinários poderes paranormais de sua cultura, e como buscaram uma solução definitiva para os conflitos deste mundo.
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Notas
[1] Srimad-Bhagavatam, quarto canto, cap. 3.
[2] J. A. B. Van Buitenen, trad. 1975, The Mahabharata, Livros 2 e 3 (Chicago: the University of Chicago Press), p. 505.
[3] Bhagavata Purana (Srimad-Bhagavatam), quarto canto, cap. 10, versos de 21 a 28.
[4] Ostrander e Schroeder, Psychic Discoveries, p. 329–30.
[5] Ibid., p. 330.
[6] Ibid., p. 330–31.
[7] Military Review, dezembro de 1980.
[8] Para ler mais (de variadas qualidades) sobre a pesquisa clandestina de controle mental da CIA, vide Victor Marchetti e John D. Marks, The CIA and the Cult of Intelligence; Jim Keith, Mind Control, World Control; e Alex Constantine, Virtual Government: CIA Mind Control Operations in America.
[9] Ministro da defesa William Cohen, no “Conference on Terrorism, Weapons of Mass Destruction, and U.S. Strategy”, Universidade da Georgia, Atenas, 28 de abril de 1997.
[10] Estudo completo disponível em http://csat.au.af.mil/2025/index.htm/. O relato em CD-ROM pode ser comprado nesse site.
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